Carta
Inácio, Bispo de Antioquia (67 – 110 d.C.)
Inácio, também chamado Teóforo. Saúdo-o em toda a plenitude, à maneira
dos Apóstolos e lhe transmito os votos da maior felicidade.
Convenci-me de vossos
sentimentos puros e intocáveis na paciência, como me esclareceu o vosso bispo,
que compareceu por vontade de Deus e Jesus Cristo, para regozijar-se desta
forma comigo prisioneiro em Jesus Cristo.
Sigam todos ao bispo, como
Jesus Cristo ao Pai; sigam ao presbitério como aos apóstolos. Acatem (“acatar:
contemplar, respeito – venerar, obedecer”) os diáconos, como à lei de Deus.
Ninguém faça sem o Bispo coisa alguma que diga respeito à Igreja. Por legítima
seja tida tão-somente a Eucaristia, feita sob a presidência do bispo ou por
delegado seu. Onde quer que se apresente o bispo, ali também esteja a
comunidade, assim como a presença
de Cristo Jesus também nos assegura a presença da Igreja Católica. Sem o bispo, não é permitido nem batizar nem
celebrar o ágape. Tudo, porém, o que ele aprovar será também agradável a Deus,
para que tudo quanto se fizer seja seguro e legítimo.
Exorto-vos, pois – não eu,
mas o amor de Jesus Cristo: Servi-vos tão somente de alimento cristão,
abstende-vos de planta estranha, isto é, de heresia. Misturam Jesus Cristo a si
próprios, fazendo passar-se por dignos de fé, como quem mistura droga mortífera
juntamente com vinho e mel, bebida que o ignorante toma com gosto, mas gosto
mau, pois é para a morte.
Quem se encontra no interior
do santuário é puro; quem se encontra fora do santuário não é puro, isto é,
quem pratica alguma coisa sem o bispo, o presbitério e o diácono, este não é
puro em sua consciência.
Desejo que me escuteis com
amor, para que com minha carta não me transforme em testemunho contra vós.
Rezai também por mim, que
preciso de vossa caridade junto à misericórdia de Deus, para tornar-me digno da
herança que me toca alcançar.
Para vós a graça, a misericórdia, a paz, e a paciência para todo sempre.
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